Como ONGs Podem Garantir um Futuro Financeiramente Saudável

Existem muitas formas de uma organização quebrar — mas há uma que quase sempre está por trás de todas: a dependência de uma única fonte de receita.

No terceiro setor, isso é mais comum do que se imagina. Uma ONG nasce com um propósito nobre, começa com apoio de um edital ou de uma empresa parceira… e quando esse recurso acaba, tudo desmorona.

É como construir uma casa sobre um único pilar: por mais bonita que seja, ela vai balançar no primeiro vento forte.

A diversificação de fontes de receita é o que torna uma ONG mais livre, mais estável e mais forte.


Não é só sobre dinheiro é sobre autonomia. É sobre não parar quando um recurso termina.


É sobre poder dizer sim à missão, mesmo quando o contexto muda.

Se você lidera uma ONG, sabe: depender de uma única fonte de recurso é como caminhar numa corda bamba.


Basta um corte de verba, um edital que atrasa, uma parceria que não se renova… e tudo o que você construiu com tanto esforço fica em risco.

É por isso que diversificar as fontes de receita deixou de ser uma estratégia opcional.


Virou questão de sobrevivência. E mais do que isso: de autonomia.

E a boa notícia? Toda ONG pode começar esse processo. Inclusive a sua.

Como ? 

Doações individuais, aquele apoio que vem da confiança em sua causa

Não subestime o poder das pequenas doações


R$10, R$30 ou R$50 podem parecer pouco sozinhos, mas somados, formam uma rede potente e fiel.

As doações individuais, especialmente as recorrentes são uma das formas mais saudáveis de receita para uma ONG. 

Elas podem parecer pequenas, mas juntas sustentam grandes causas.
Quando bem cuidadas, criam uma rede de apoio estável feita de pessoas que acreditam no seu trabalho e querem caminhar com você.


A chave aqui é manter o vínculo: mostrar impacto, agradecer, prestar contas com transparência e tratar cada doador como parte do processo.

Para ativar esse potencial:

  • Conte histórias de transformação;
  • Mostre com o que está sendo feito com o recurso;
  • Mantenha contato com seus doadores, envie atualizações, agradecimentos, convites.

Plataformas como Apoia.se, Benfeitoria, Vakinha e até Pix via QR Code facilitam muito essa construção.

Parcerias com empresas

Muitas empresas querem apoiar causas, mas não sabem como. E muitas ONGs precisam de apoio, mas não sabem se apresentar.

Isso exige preparo da ONG

Uma boa parceria começa com escuta e propósito em comum.

Não é só sobre pedir patrocínio, mas sobre mostrar como o impacto da sua ONG também fortalece a imagem, a marca e o compromisso social da empresa.


Apresente propostas com clareza, demonstre seu impacto e busque alinhar sua missão com os valores delas.


Programas de incentivo fiscal, marketing de causa e parcerias institucionais são caminhos possíveis.

Algumas possibilidades:

  • Parcerias por leis de incentivo (como Lei Rouanet, FIA, PRONON, etc.);
  • Projetos via marketing de causa (parte da venda de um produto revertida à ONG);
  • Apoio institucional em troca de visibilidade, relatórios de impacto e reconhecimento público.

Empresas locais também são potentes! Fortaleça o comércio da sua cidade — e ele pode fortalecer sua missão.

Eventos beneficentes

Um evento bem organizado arrecada recursos, engaja a comunidade e dá visibilidade à sua causa.

Você pode pensar em:

  • Feijoadas solidárias;
  • Bazares e rifas;
  • Corridas, festivais, jantares e até leilões;
  • Ações online (lives solidárias, shows transmitidos com doações ao vivo, etc.).

Em um evento, a mágica não tá só no quanto entra no caixa mas no quanto entra no coração de quem participa.

É ali que as pessoas se veem na causa, se reconhecem parte dela.

E quando alguém se sente pertencente já não é só sobre doação — é sobre conexão. 

Crowdfunding

A internet abriu portas que antes eram impossíveis


Hoje, com uma boa história, um vídeo simples e um propósito claro, você pode mobilizar centenas (às vezes milhares) de pessoas em uma campanha de financiamento coletivo.

Campanhas de financiamento coletivo nas redes e plataformas online ainda são subutilizadas por muitas ONGs.


Mas quando bem planejadas, com uma boa narrativa e metas claras, elas alcançam centenas de apoiadores com valores acessíveis.
O segredo está em contar bem a sua história — com verdade, propósito e conexão.

Hoje, com uma boa história, um vídeo simples e um propósito claro, você pode mobilizar centenas (às vezes milhares) de pessoas em uma campanha de financiamento coletivo.

Funciona muito bem para:

  • Projetos pontuais;
  • Reformas, aquisições específicas (veículo, computador, estrutura);
  • Emergências e causas urgentes.

E não precisa ser complicado. Olha só esse exemplo simples e poderoso do Lar Dona Menina:

📽️ https://www.youtube.com/watch?v=hD1V7EXBuQE

Em poucos minutos, eles conseguem emocionar, explicar sua missão e mostrar o impacto real do trabalho que realizam.

Sem produção milionária, mas com um elemento que nenhuma câmera substitui: a  verdade sentida.

Quando a gente compartilha o porquê por trás do que fazemos, as pessoas passam a querer caminhar junto.

Esse vídeo é a prova de que, quando você comunica com o coração, o mundo escuta. 

Projetos para editais e financiadores nacionais e internacionais

Sim, eles existem. E muitos deles estão procurando projetos como o seu — com impacto e capacidade de execução.

Acesso a editais públicos, fundações e organismos internacionais pode garantir financiamento robusto para ações estruturantes.


Isso exige elaboração de projetos com metas, cronograma, indicadores e, acima de tudo, clareza de impacto.

Se isso ainda parece distante da sua realidade, procure apoio técnico, troque experiências, busque editais acessíveis para o seu porte. Acredite: é possível aprender a fazer.

  • Fundos de fomento governamentais;
  • Fundações nacionais e internacionais;
  • Cooperações técnicas;
  • Programas de financiamento ligados à ONU, União Europeia, Banco Mundial, etc

Se ainda não tem equipe para isso, busque voluntários especializados ou capacitações gratuitas sobre escrita de projetos.

 O que move o recurso é o valor da proposta

Não é só pedir, é preciso oferecer uma proposta de valor:


Mostrar os resultados, a transformação gerada e o alinhamento com os objetivos do parceiro ou doador.

Algumas ONGs conseguem gerar receita por meio da venda de produtos (camisetas, artesanato, livros) ou serviços (consultorias, oficinas, capacitações).

Essa é uma excelente forma de sustentar projetos, sem perder a missão social.

Não se trata apenas de “captar”. Trata-se de construir relações de confiança, baseadas na missão compartilhada de fazer o bem — com planejamento e consistência.

Essa é uma excelente forma de sustentar projetos, sem perder a missão social.

Exemplo: uma ONG que trabalha com mulheres pode vender peças feitas por elas, unindo geração de renda + sustentabilidade da instituição.

Desse modo diversificar leva tempo, exige organização, e começa com um passo de cada vez. Com planejamento, boas histórias e transparência, é possível sim sair da dependência de um único recurso e conquistar a autonomia que sua causa merece.

Precisa de ajuda para construir seu plano de diversificação?

A Estação Social pode te ajudar com isso.


Criamos soluções simples, humanas e funcionais para ONGs de todos os tamanhos — desde a estruturação até a captação.

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